Uma nova reforma ou um verdadeiro Teshuvá?
Por Ap. Yves Marcel Garcia
Eu reconheço que o sacramento do altar é muito o corpo de Deus em forma de pão, mas é de outra maneira que o corpo de Deus está no céu.
– John Wycliffe (1328-1384) foi um teólogo e reformador religioso inglês que inspirou as reformas religiosas que abalaram a Europa nos séculos XV e XVI. Trabalhou na primeira tradução da Bíblia para inglês.
É impossível para quem estuda a história não se depare com a pré e a reforma protestante, haja vista que a Europa neste período do século XIV e XV vivia várias tensões sociais, institucionais e morais. Tivemos decadência do feudalismo, retorno da fome, mudanças climáticas, aumento da violência por meio de guerras etc..
Quero aqui ser o mais sucinto possível. Então valos lá…
O contexto histórico nos mostra que havia um domínio da igreja institucionalizada, deste modo, percebemos vários excessos, tais como: as indulgências papais, a ideia de que o papa poderia reduzir o tempo das pessoas no purgatório, as teses Matinho Lutero que questionava que se o papa tinha poder para perdoar plenamente os pecados do povo, deveria fazê-lo de graça, Tetzel dizia que “tão pronto a moeda caísse no cofre, a alma saía do purgatório”. Esse e outros excessos, levaram uma ruptura teológica com a conduta da Igreja institucionalizada.
Algumas contribuições doutrinárias de Martinho Lutero:
– Retorno a Palavra de D’us (Sola Scriptura)
– Justificação pela fé (Não pelas obras da Igreja institucionalizada) (Sola Fide)
– Jesus como o único mediador entre D’us e os homens (Sola Christus)
– Glória só a D’us e não aos santos, papas, e outros homens (Soli Deo Gloria)
– A ceia não se transforma no corpo de sangue de Cristo, mas contém…
Trazendo esse contexto para o lado espiritual, e é aqui, onde quero chegar…
Acredito que hoje o que mais precisamos é de arrependimento (Teshuvá) continuo, portanto, de arrependimento eu compreendo como sendo um retorno diário aos princípios do evangelho e da lei de D’us que é movida pelo Espírito Santo.
A Igreja hoje não precisa de mais uma reforma, pois ela já veio e nos deu um norte de como D’us quer que o seu povo seja.
Não é fundando mais uma Igreja que conseguiremos voltar ao coração de D’us, mais é olhando para o evangelho com lagrimas nos olhos pois está escrito: bem-aventurados os que choram pois serão consolados, (Mt5:3), e esse choro, é de alguém que sabe o quão terrível é um pecador, e assim busca continuamente voltar para D’us para ter a restauração de sua alma em áreas que ainda não foram tratadas.
Sabemos que saímos do mundo, entretanto teremos uma vida inteira para tirar o mundo de dentro de nós, esta palavra dever ser vivida desde os sacerdotes, pastores, líderes até os discípulos cristãos da Igreja de Cristo.
Vivemos uma crise moral na Igreja de Cristo atualmente, onde os valores da palavra de D’us estão invertidos, pois a Bíblia é nossa regra e padrão de fé.
Temos visto Igrejas com escanda-los no altar, palavrões, adultérios, desamor, uma igreja fria, igrejas homoafetivas, que aceitam todo tipo perversão normal, igreja envolvidas de corpo e alma na política, igrejas que são verdadeiras empresas, igrejas que ostentam riquezas apenas deste mundo, igrejas vendendo vida boa pelo dinheiro, heresias doutrinárias, como reencarnação, bíblia adulteradas, e etc….
Meu clamor é que possamos SER a bênção neste mundo, e não querer TER bênçãos apenas, é claro que quando SOMOS, TEREMOS, mas que nossa preocupação seja em primeiro lugar o SER.
Que possamos SER: A bênção, SERMOS maridos melhores, que buscam a paz dentro lar, SERMOS mulheres sábias para governar bem a casa, que possamos SER mais cheios do fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22-23), do amor, do domínio próprio, da bondade, da benignidade, da Fé, do perdão, ao ponto de perdoar nossos inimigos e a quem nos perseguem, SER mais humildes para reconhecer nossas falhas ao ponto de dizer ao próximo, me perdoe eu ERREI com você e vou reparar meu erro, SERMOS mais cheios de fidelidade ao ponto de não abandonarmos nossos líderes, mais ajuda-los à serem líderes melhores, Mais fieis a palavra, lutar mais contra a carne todos os dias, SERMOS MENOS chatos, reclamões, turrões, infiéis, menos insensíveis com a dor do próximo, menos individualistas, menos das obra da carne (Gálatas 5:19-21).
Acredito que essa é verdadeira reforma que o Messias veio trazer, a restauração da Alma de todos aqueles que estão cansados e sobrecarregados (Mt11:28-30).
É um reino que está acima da Igreja, a Igreja e Israel são frutos deste Reino que não é deste mundo, mas que se manifesta no coração, nas atitudes e na comunhão com esse D’us de amor manifestado na pessoas do D’us filho.
REFORMADORES DA IMAGEM
Martinho Lutero: Nasceu na cidade Eisleben, em 10 de novembro de 1483. Veio de uma família humilde, seus pais Hans Luther e sua mãe Margarete Ziegler Luther eram camponeses. Teve uma próspera carreira acadêmica: foi ordenado sacerdote em 1507 entrando na ordem agostiniana, estudou filosofia na Universidade de Erfurt, doutorou-se em teologia e lecionou como professor em Wittemberg. Também recebeu o grau de mestre em artes. Lutero deixou oficialmente a igreja romana em 1521.
Huldreich Zwinglio: Nasceu em 1484 no povoado de Wildhaus, da família de fazendeiros, Zwinglio, recebeu o grau de bacharel em artes estudando nas Universidades de Viena e Basiléia. Antes disso, havia se tornado sacerdote católico onde Glarus foi sua primeira paróquia. Por volta de 1519, já sob a influência dos escritos de Erasmo e Lutero, começou a pregar em Zurique, contra certos abusos da Igreja Católica e logo em seguida a deixou, convertendo-se.
João Calvino: Nasceu em 1509 na cidade francesa de Nóyon na Picardia. Seu pai era cidadão abastado e por isso se valeu do benefício de estudar na Universidade de Paris. Depois foi estudar advocacia na Universidade de Orleans e em Bourgs. Calvino converteu-se às idéias reformadas em 1533. Foi forçado a abandonar a França por colaborar com a reforma, instalando-se em Basiléia onde terminou sua obra “As Institutas da Religião Cristã”.
João Knox: (1515-72) era padre escocês, cerca de 1540, começou a pregar idéias da Reforma. Em 1547 foi preso pelo exército Francês e mandado para a França. Passou por Genebra onde absorveu de modo completo a doutrina de Calvino. Em 1559 voltou a Escócia para liderar um movimento de Reforma Nacional.
Esses e muitos outros servem de exemplo para o povo de Deus!